Confira a íntegra do discurso do Primeiro de
Maio:
“Trabalhadores e trabalhadoras, neste 1º de
maio, quero reafirmar, antes de tudo, que é com vocês e para vocês
que estamos mudando o Brasil. Vocês que estão nas fábricas, nos
campos, nas lojas e nos escritórios sabem bem que estamos vencendo a
luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário.
Não tenho dúvida, um país que consegue vencer a luta do emprego e
do salário nos dias difíceis que a economia internacional
atravessa, esse país é capaz de vencer muitos outros desafios.
É com esse sentimento que garanto a vocês que
temos força para continuar na luta pelas reformas mais profundas que
a sociedade brasileira tanto precisa e tanto reclama: nas reformas
para aperfeiçoar a política, para combater a corrupção, para
aumentar a transparência, para fortalecer a economia e para melhorar
a qualidade dos serviços públicos.
Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com
vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem
necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos
mais pobres e da classe média.
Continuar com as mudanças significa também
continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões,
porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo
tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as
injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos.
Se hoje encontramos um obstáculo, recomeçamos
mais fortes amanhã, porque para mim as dificuldades são fonte de
energia e não de desânimo. Se nem tudo ocorre no tempo previsto e
desejado, isso é motivo para acumular mais forças, para seguir
adiante e, em seguida, mudar mais rápido. É assim que se vence as
dificuldades, é assim que se vai em frente.
Minhas amigas e meus amigos, Acabo de assinar uma
medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda, como
estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer aqueles que vivem
da renda do seu trabalho. Isso vai significar um importante ganho
salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador.
Assinei também um decreto que atualiza em 10% os
valores do Bolsa Família recebidos por 36 milhões de brasileiros
beneficiários do programa Brasil sem Miséria, assegurando que todos
continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU.
Anuncio ainda que assumo o compromisso de
continuar a política de valorização do salário-mínimo, que
tantos benefícios vem trazendo para milhões de trabalhadores e
trabalhadoras. A valorização do salário-mínimo tem sido um
instrumento efetivo para a diminuição da desigualdade e para o
resgate da grande dívida social que ainda temos com os nossos
trabalhadores mais pobres.
Algumas pessoas reclamam que o nosso
salário-mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um
salário-mínimo melhor não significa mais bem-estar para o
trabalhador e sua família, dizem que a valorização do
salário-mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a adoção
de medidas duras, sempre contra os trabalhadores.
Nosso governo nunca será o governo do arrocho
salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador. Nosso
governo será sempre o governo da defesa dos direitos e das
conquistas trabalhistas, um governo que dialoga com os sindicatos e
com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida
dos que vivem do suor do seu trabalho.
Trabalhadoras e trabalhadores, Meu governo também
será sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle
rigoroso da inflação e da administração correta das contas
públicas. Nos últimos anos, o Brasil provou que é possível e
necessário manter a estabilidade e, ao mesmo tempo, garantir o
salário e o emprego.
Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido
aumentos localizados de preço, em especial dos alimentos. E esses
aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na
maioria das vezes, motivados por fatores climáticos. Posso garantir
a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas
não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que
defendem "o quanto pior, melhor".
Temos credibilidade política para dizer isso. Nos
últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa
da história brasileira. Também o período histórico em que mais
cresceu o emprego e em que o salário mais se valorizou. Nesse
período, o salário do trabalhador cresceu 70% acima da inflação,
geramos mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada,
sendo que 4,8 milhões no atual governo. Nesse mesmo período também
conseguimos a maior distribuição de renda da história do Brasil.
Trabalhadoras e trabalhadores, é com seriedade e
firmeza que quero voltar a falar das reformas que iniciamos e vamos
continuar lutando para ampliá-las em favor do Brasil.
Quero garantir a você, trabalhadora, e a você,
trabalhador, que nossa luta pelas mudanças continua, nada vai nos
imobilizar. A tarifa de luz, por exemplo, teve a maior redução da
história. A seca baixou o nível dos reservatórios e tivemos de
acionar as termoelétricas, o que aumentou muito as despesas.
Imaginem se nós não tivéssemos baixado as tarifas de energia em
2013. Os investimentos que fizemos em geração e transmissão de
energia permitem hoje ao Brasil superar as dificuldades momentâneas,
mantendo a política de tarifas baixas.
Neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador, dia de quem
vive honestamente do suor do seu trabalho, quero reafirmar o
compromisso do meu governo no combate incessante e implacável à
corrupção. Novos casos têm sido revelados por meio do trabalho da
Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, órgãos do
governo federal.
Sei que a exposição desses fatos causa
indignação e revolta a todos, seja a sociedade, seja o governo, mas
isso não vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar
tudo à sociedade, e lutar para que todos os culpados sejam punidos
com rigor. O que envergonha um país não é apurar, investigar e
mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a
corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou
por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia,
a covardia ou a conivência.
É com essa franqueza que quero falar da
Petrobras. A Petrobras é a maior e mais bem-sucedida empresa
brasileira. É um símbolo de luta e afirmação do nosso país. É
um dos mais importantes patrimônios do nosso povo. Por isso a
Petrobras jamais vai se confundir com atos de corrupção ou ação
indevida de qualquer pessoa. O que tiver de ser apurado deve e vai
ser apurado com o máximo rigor, mas não podemos permitir, como
brasileiros que amam e defendem seu país, que se utilize de
problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa
maior
empresa. Repito aqui o que disse há poucos dias
em Pernambuco: não transigirei, de nenhuma maneira, em combater
qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles
cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir
calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político,
não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador
brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas.
Trabalhadores e trabalhadoras, vocês lembram dos
pactos que nós firmamos, após as manifestações de junho. Eles já
produziram muitos resultados. Precisamos ampliá-los muito mais. O
pacto pela educação, por exemplo, gerou a lei que permitirá que a
maior parte dos royalties e dos recursos do pré-sal seja aplicada na
educação. Isso vai melhorar o salário dos professores e
revolucionar a qualidade do nosso ensino.
O pacto pela saúde viabilizou o Mais Médicos, e
em apenas seis meses já colocamos mais de 14 mil médicos em 3.866
municípios. E o que é mais importante: esses números significam a
cobertura de atenção médica para 49 milhões de brasileiros.
O pacto pela mobilidade urbana está investindo R$
143 bilhões, o que permite a implantação de metrôs, veículos
leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens
urbanos. Com isso, estamos melhorando o sistema viário e o
transporte coletivo público nas cidades brasileiras.
Além
de acelerar as ações desses pactos é preciso agora, sobretudo,
tornar realidade o pacto da reforma política. Sem uma reforma
política profunda, que modifique as práticas políticas no nosso
país, não teremos condições de construir a sociedade do futuro
que todos almejamos. Estou fazendo e farei tudo que estiver ao meu
alcance para tornar isso uma realidade.
Foi
assim que encaminhei ao Congresso Nacional uma proposta de consulta
popular para que o povo brasileiro possa debater e participar
ativamente da reforma política. Sempre estive convencida que sem a
participação popular não teremos a reforma política que o Brasil
exige. Por isso, além da ajuda do Congresso e do Judiciário,
preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora.
Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um lado: o
lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder algumas
batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória.
Viva o 1º de Maio! Viva a trabalhadora e o
trabalhador brasileiros! Viva o Brasil”
Relator da reforma política sugere perguntas para plebiscito
Henrique
Fontana defendeu rapidez na realização da consulta popular sobre
a reforma política. Ideia do plebiscito foi anunciada pela
presidente Dilma Rousseff após as manifestações que ocorreram
nas ruas do País.
O
relator da reforma política na Câmara, deputado Henrique Fontana
(PT-RS), informou que vai sugerir três perguntas referentes ao
financiamento de campanhas no plebiscito sobre a reforma.
Fontana
quer que a população responda às seguintes questões: "Você
concorda que empresas façam doações para campanhas eleitorais?",
"Você concorda que pessoas físicas façam doações para
campanhas eleitorais?" e "Você concorda que a lei
estabeleça limite de gastos igual para todos os candidatos que
disputam o mesmo cargo?".
Henrique
Fontana afirmou nesta segunda-feira (1º) que o Congresso Nacional
tem de se empenhar para que o plebiscito sobre a reforma política
seja feito rapidamente para que os temas aprovados passem a valer
nas eleições do ano que vem. Para ele, o sistema político
brasileiro é um dos piores do mundo.
“O
grande consenso nacional é que o atual sistema político está
exaurido, principalmente no quesito do financiamento de campanhas.
Ele é um dos piores do mundo. A mudança é urgente", disse o
deputado.
A
proposta de plebiscito será encaminhada pelo governo ao Congresso
Nacional nesta terça-feira (2).
Tema
polêmico
Para
Fontana, a consulta popular não deve ter mais do que dez perguntas
aos eleitores. Além do financiamento de campanha, ele disse que
são necessárias perguntas sobre o sistema eleitoral, eleições
gerais e o fim das coligações eleitorais.
Segundo
o deputado, a opinião pública precisa se posicionar sobre os
temas mais difíceis de obter consenso entre os parlamentares. Ele
lembrou que a proposta da reforma política chegou a entrar na
pauta do Plenário em abril, mas não
foi votada por
falta de acordo.
O
texto da reforma política que aguarda votação na Câmara prevê
financiamento público exclusivo de campanhas; fim das coligações
para eleições proporcionais; instituição de uma lista flexível
de candidatos; simplificação do processo de apresentação dos
projetos de iniciativa popular; e eleições majoritárias e
proporcionais no mesmo ano.
Fontana afirmou que pedirá ao
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, para relatar o
projeto de reforma política formulado após o plebiscito.
Manifestações
Para
o cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) Carlos Ranulfo, a reforma política não pode servir de
resposta para as manifestações populares que ocorreram
recentemente.
"A
reforma política não dialoga com as ruas, as ruas querem
políticas públicas melhores, e isso não passa por reforma
política. Apresentar a ideia de uma reforma política como
resposta às ruas é um erro, é uma precipitação, e pode jogar
uma discussão que é muito complexa, a discussão da reforma
política, no calor da rua, o que seria um desastre", disse
Ranulfo.
Justiça
Eleitoral
A
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen
Lúcia, recebeu nesta segunda-feira pedido da presidente Dilma
Rousseff sobre os prazos para a realização do plebiscito.
"A
Justiça Eleitoral brasileira está pronta e preparada sempre para
cumprir o que a Constituição determina, que é a consulta
popular; mas o Tribunal Superior Eleitoral e a Justiça Eleitoral
brasileira têm os seus procedimentos, sistemas, os prazos
necessários e isto será formalmente encaminhado", disse a
ministra.
Cármen
Lúcia se reúne nesta terça-feira (2) com os presidentes dos
tribunais regionais eleitorais para discutir o tema.
Da
Redação
Com informações da Agência Brasil